domingo, 31 de janeiro de 2016

REPRODUÇÃO DO AEDES AEGYPTI NÃO É MAIS SÓ EM ÁGUA LIMPA

Foco no mosquito é questionado após 30 anos de epidemias de dengue

O Brasil completa neste verão 30 anos de epidemias sucessivas de dengue. Desde 1986, o número de municípios com casos da doença saltou de 258 para 4.265 –70% do total–, segundo dados divulgados em 2015.

No ano passado, o país viveu a maior das epidemias, com 1,6 milhão de casos e 863 mortes. Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti tem causado também surtos de zika e chikungunya. O zika está associado a casos de lesões cerebrais e microcefalia.

Quais os fatores que levaram a essa emergência em saúde pública? Para 15 especialistas ouvidos pela Folha, a questão central é a falta de saneamento básico, traduzida em esgoto a céu aberto, lixo nas ruas e armazenamento incorreto da água.

No último LIRAa (índice de infestação de Aedes) nacional, divulgado em novembro, o retrato é claro: no Nordeste, 82,5% dos focos do mosquito estão em depósitos de água para consumo. Só no Sudeste é que a maior parte (52%) está dentro de casa.

"O Aedes é a síntese da miséria social brasileira", afirma o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Para ele, o enfrentamento exige ações integradas permanentes.

Só 58% dos domicílios brasileiros têm coleta de esgoto –85% têm rede de água, mas não há dados de quantos sofrem com desabastecimento.

"Antes, o Aedes só se reproduzia em água limpa, agora não mais. Está no esgoto, no lixo", diz o infectologista Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo.

Segundo André Monteiro, engenheiro de saúde pública e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), as ações antidengue sempre estiveram focadas no combate ao mosquito, e não nas condições socioambientais. "Com um quadro sanitário tão grave, não há mais veneno que controle o Aedes."

                                                                José Nascimento/Folhapress
Agentes, em 1986, ruas do bairro Jardim Nova Cumbica, 
em Guarulhos, para combater o Aedes

OUTROS FATORES

Outro erro apontado pelos especialistas é o modelo de combate ao mosquito, focado no uso de larvicidas e inseticidas. Estudos mostram que, cada vez mais, o Aedes se torna resistente a esses produtos químicos.

"Apesar de todos os indicadores de ineficácia, o ministério continua com a mesma abordagem. Isso só tem feito aumentar a resistência do mosquito e envenenar os mais pobres [com o uso de larvicida na água potável]", afirma a sanitarista Lia Giraldo Augusto, professora da UPE (Universidade de Pernambuco).

A médica integra grupo da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) que prepara uma nota técnica pedindo a suspensão do uso de produtos químicos no controle do Aedes e sua substituição por barreiras mecânicas.

O virologista Gubio Soares, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), também defende que o país invista mais no controle biológico. "A ideia do mosquito transgênico é boa, mas não podemos esquecer de que há outros vetores, como o Aedes albopictus."

O Ministério da Saúde afirma que os inseticidas e larvicidas químicos são seguros.

Campanhas educativas desarticuladas com a realidade local também são tidas como ineficazes pelos especialistas.

Por lei, cabe aos municípios organizar a prevenção e tratar dos infectados, com ajuda dos governos estaduais. A União dá diretrizes e repassa verbas. Há críticas sobre a ação de todos os entes federativos.

"Os governos foram complacentes com o Aedes. Deu no que deu", diz o infectologista Vicente Amato Neto, do Instituto de Medicina Tropical da USP.

O número de mortes por dengue reflete a desorganização dos serviços e a falta de capacitação dos médicos.

"Nada justifica uma pessoa passar pela emergência cinco vezes, não ter o diagnóstico e tratamento corretos e morrer de dengue. A maior parte das mortes é evitável", diz Boulos.

                                         Antônio Carlos Mafalda/Folhapress
Rapaz monta cartaz da campanha contra o mosquito 
Aedes aegypti, em maio de 1986, em São Paulo

AÇÕES DO GOVERNO

Em nota, o Ministério da Saúde diz que há ações em andamento para enfrentar a proliferação sem controle do mosquito Aedes aegypti e epidemias de dengue, zika e chikungunya.

Sobre a falta de saneamento, o ministério informa que o governo federal aprovou, em 2013, um plano que fixou metas para universalizar os serviços de água tratada e saneamento básico no Brasil.

"Considerando apenas a carteira de investimentos do Ministério das Cidades, são mais de R$ 80 bilhões em quase 3.000 empreendimentos em todas as regiões", diz a pasta.

No entanto, estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) indica que a universalização de serviços só será alcançada, no atual ritmo, após 2050, mais de 20 anos depois do prazo oficial.

Em relação ao uso de inseticida e larvicidas, o ministério afirma que é do seu conhecimento que o uso regular de inseticidas desencadeia o processo de resistência e, por isso, instituiu um sistema de monitoramento.

"Isso permitiu avaliar e promover a troca de princípios de inseticidas por outros. Foi trocado em todo país o uso do temefós, que era usado há mais de 30 anos pelos novos larvicidas autorizados pela Organização Mundial da Saúde, os IGR (reguladores de crescimento de insetos), e a substituição dos piretroides por organofosforado (malathion) nas ações de controle espacial", afirma a pasta da Saúde.

O ministério também diz que o uso do inseticida só se justifica nas "situações em que não é possível a adoção de práticas mais sustentáveis e definitivas".

CAMPANHAS

Sobre as campanhas educativas, o ministério diz que elas são planejadas levando em conta a região, o público-alvo e os dados sobre locais de infestação do mosquito.

Em relação às críticas sobre a falta de articulação no enfrentamento da dengue e outras viroses, o ministério informa que foi criado um plano nacional que estabelece políticas articuladas, com o envolvimento de 18 ministérios, agências regulatórias, Estados e municípios. 


POR
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO


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ZIKA VÍRUS SE ESPALHA NO MUNDO

Veja avanço do vírus Zika no mundo

Entre 3 e 4 milhões de pessoas devem contrair o vírus Zika em 2016 no continente americano, sendo que 1,5 milhão desses casos devem ser registrados no Brasil. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (28) pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas. O cálculo considera o número de infectados por dengue, doença transmitida pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, em 2015, e a falta de imunidade da população ao vírus.

Pelo menos 22 países e territórios já confirmaram a circulação autóctone do vírus Zika, desde maio de 2015, segundo a Opas. A maioria está localizado no continente americano. São eles: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa (França), Haiti, Honduras, Martinica (França), México, Panamá, Paraguai, Porto Rico (EUA), Ilha de São Martinho (França/Holanda), Suriname, Venezuela, Ilhas Virgens (EUA), Samoa e Cabo Verde.

Roberto Stuckert Filho/PR
Presidenta Dilma Rousseff acompanha ação contra o
Aedes aegypti em instalação das Forças Armadas 

Além desses países, o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) também aponta casos da doença na Bolívia, em Curaçao, na República Dominicana, em Guadalupe (França), na Nicarágua, Tailândia, em Fiji, nas Ilhas Maldivas, Nova Caledônia (França) e nas Ilhas Salomão. O órgão ainda indica que 10 países da Europa registraram casos importados de Zika: Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Itália, Portugal, Holanda, Espanha, Suécia e Reino Unido.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informou que um morador do Texas é o primeiro infectado com o vírus Zika no país. O homem havia visitado a América Latina recentemente.

De acordo com a diretora da Opas, Carissa F. Etienne, o vírus Zika está se espalhando rapidamente pelas Américas e pode chegar a todos os países do continente, exceto o Canadá e o Chile continental, onde o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, não está presente.

Ainda não há dados consolidados e precisos do número de casos da doença nos países que registraram a ocorrência do vírus. Segundo a diretora, a dificuldade na obtenção de números confiáveis de casos de infecção pelo vírus Zika se deve a várias razões, como o fato de o vírus ser detectável somente por alguns dias no sangue das pessoas infectadas, e dos médicos, assim como os exames laboratoriais, não conseguirem com facilidade diferenciar os casos de Zika de doenças como dengue e chikungunya, que têm sintomas semelhantes.

Além disso, apenas uma em cada quatro pessoas infectadas apresentam os sintomas, o que significa que somente uma pequena parcela de pessoas procura os serviços de saúde, prejudicando a contagem dos casos da doença.

Vírus Zika

Da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, o vírus Zika provoca uma doença com sintomas muito semelhantes ao da dengue, febre amarela e chikungunya. De baixa letalidade, causa febre baixa, hiperemia conjuntival (olhos vermelhos) sem secreção e sem coceira, artralgia (dores nas articulações) e exantema maculo-papular (manchas ou erupções na pele com pontos brancos ou vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e dor nas costas.

O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos da família Aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus). A partir da picada, a doença tem um período de incubação de aproximadamente quatro dias no organismo humano até os sintomas começarem a se manifestar, que podem durar até 7 dias.

Como não existe um medicamento específico contra o vírus, o tratamento atual serve apenas para aliviar os sintomas. Assim, o uso de paracetamol, sob orientação médica, é indicado nesses casos.

As medidas de prevenção e controle da doença são as mesmas adotadas para a dengue, febre amarela e chikungunya, como eliminar os possíveis criadouros do mosquito, evitando deixar água acumulada em recipientes como pneus, garrafas, vasos de plantas e fazer uso de repelentes.

No Brasil, as autoridades de saúde investigam a relação do Zika com o aumento da ocorrência de microcefalia, uma anomalia que implica na redução da circunferência craniana do bebê ao nascer ou nos primeiros anos de vida, entre outras complicações. O Ministério da Saúde confirma 270 casos de bebês que nasceram com microcefalia por infecção congênita, que pode ter sido causada por algum agente infeccioso, inclusive o vírus Zika, e 49 mortes. A pasta ainda investiga outros 3.448 casos suspeitos de microcefalia no país.

Também associado ao vírus, os órgãos de saúde de vários países da América do Sul e Central, incluindo o Brasil, verificaram um crescimento de casos da síndrome de Guillain-Barré (SGB). A doença neurológica, de origem autoimune, provoca fraqueza muscular generalizada e, em casos mais graves, pode até paralisar a musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar, levando-o à morte.

De acordo com a OMS, o Zika pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite, meningoencefalite e mielite. 

* Com informações da Organização Mundial de Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças, Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e do Ministério da Saúde

Edição: Carolina Pimentel

Brasília
Fernanda Duarte
Do Portal EBC

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NOTÍCIAS SOBRE O ZIKA VÍRUS EM VÁRIOS PAÍSES

Zika: Países asiáticos alertam para riscos de viagem a áreas afetadas

Comitê Olímpico Internacional recomenda calça e manga comprida
Orlando Sierra / AFP
Paciente diagnosticada com dengue no Hospital Escuela Universitario,
 em Tegucigalpa, a capital de Honduras: país decretou estado 
de alerta preventivo

RIO — Embora não se tenha, até o momento, registros de casos de zika na Àsia, os governos de sete países asiáticos emitiram, na sexta-feira, avisos sobre os riscos de transmissão do vírus. Coreia do Sul, Malásia, Japão, Austrália, Camboja, Vietnã e Índia, além de Hong Kong, recomendaram que seus cidadãos, em especial mulheres grávidas, evitem viajar para áreas afetadas e fiquem atentos para possíveis sintomas. Médicos da Coreia do Sul podem, inclusive, ser multados em até 2 milhões de wones (US$ 1.654) se não reportarem casos suspeitos.

Já o governo de Honduras, na América Central, decretou estado de alerta preventivo. As autoridades hondurenhas suspeitam que o vírus tenha sido a causa da morte de um idoso no país e investigam 1.019 notificações. O primeiro caso em Honduras foi registrado em 16 de dezembro. A secretaria de Saúde local informou que o país teve 400 mil casos de dengue, com cinco mortes, e 3 mil casos de chicungunha, que provocaram duas mortes.

No Paraguai, o governo passou a monitorar 150 gestantes no norte do país.

Na Europa, o serviço de Saúde Pública da Inglaterra recomendou que homens que visitaram áreas com registros da doença usem preservativos durante o ato sexual por 28 dias. Para aqueles que apresentarem sintomas ou confirmarem, por meio de exame, a presença do vírus, a recomendação se estende por seis meses.

COI RECOMENDA CALÇA E MANGA COMPRIDA

O Comitê Olímpico Internacional (COI) fez um apelo aos turistas com destino ao Rio de Janeiro, em agosto, para acompanhar as Olimpíadas, aconselhando o uso de repelentes e camisas e calças de manga comprida. O COI garantiu que o evento estará seguro em relação ao vírus, mas disse que os viajantes devem consultar as agências de saúde de seus países.

"Um plano para os locais de competição já foi adotado para antes e durante os Jogos, segundo o qual eles serão inspecionados diariamente para se ter certeza de que qualquer poça ou água estagnada – onde os mosquitos se reproduzem – seja removida, minimizando assim o risco de atletas e visitantes entrarem em contato com os mosquitos", comunicou o COI.

64% DOS AMERICANOS DEVEM CANCELAR VIAGENS

Uma pesquisa realizada pelo empresa de gestão de risco de viagens On Call International constatou que cerca de 64% dos entrevistados norte-americanos iriam cancelar suas viagens a países afetados pelo vírus zika. Os resultados têm como base uma pesquisa do Google Consumer com 1.934 consumidores nos Estados Unidos com 18 anos ou mais.

O governo americano, por meio do Centro de Controle de Doenças (CDC, em inglês), já emitiu alerta para viagens a 22 países do continente americano, além de Cabo Verde na África, e a Samoa, na Oceania, que registraram casos de zika. No último dia 16, os Estados Unidos registraram o primeiro caso de microcefalia ligado ao zika. O Departamento de Saúde do Estado de Nova York (DOH) anunciou que três pessoas que recentemente viajaram para países onde a transmissão da zika está em curso testaram positivo para o vírus.

Na sexta-feira, a presidente Dilma Roussef acertou um acordo, em telefone para o presidente dos EUA, Barack Obama, para a criação de um Grupo de Alto Nível entre os dois países para desenvolver a parceria na produção de vacinas e produtos terapêuticos. O grupo terá como base a já existente cooperação entre o Instituto Butantan e o National Institute of Health (NIH) para pesquisa e produção da vacina contra a dengue.



POR O GLOBO, COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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CUIDADO COM OS OLHOS NESSE CARNAVAL

Veja os riscos que maquiagem do carnaval traz para os seus olhos

Carnaval é uma época de muito brilho e cor, mas é necessário proteger bem os olhos

                                      Foto: Georges De Valkeneer/Flickr/Creative Commons
Médico alerta para os cuidados com os materiais usados

De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, no carnaval aumentam os incidentes envolvendo arranhões, irritações e inflamações oculares. “Sombras purpurinadas podem arranhar o cristalino. As micropartículas brilhantes também podem entrar nas pálpebras, causando irritação”, alerta o médico.

Até mesmo na hora de passar rímel, a parte interna dos olhos pode ser atingida por falta de habilidade ou descuido. Por isso, o médico chama atenção para o fato de que embora muitos produtos tragam o selo “Dermatologicamente testado”, eles devem ser utilizados com cuidado, evitando o contato direto com a vista. “Rímeis coloridos podem irritar ainda mais a visão, causando um processo alérgico. Sendo assim, em caso de desconforto ou dor é importante buscar ajuda imediatamente num pronto-socorro oftalmológico”.

Outro fator agravante é que, durante os meses quentes do ano, o risco de conjuntivite também é maior – principalmente em lugares de praia e piscina.

A combinação entre Verão e Carnaval costuma provocar, também, aumento nos casos de conjuntivite tóxica, causada por xampus e finalizadores que escorrem indevidamente pelo rosto e penetram a vista.

Já a conjuntivite química é provocada por cremes que, espalhados ao redor dos olhos sem precaução, também podem afetar a retina. Por isso, todo cuidado é pouco! “Se os olhos começarem a arder, lave-os abundantemente com água fria”, alerta o especialista. 


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