sexta-feira, 2 de março de 2012

A NOTA DO IDSUS PARA A SAÚDE DO RN

Saúde pública no RN ganha nota 5,42


Um índice lançado ontem pelo governo federal para medir o desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS) rendeu ao país nota 5,47, numa escala de 0 a 10, e ao Rio Grande do Norte 5,42, a segunda melhor avaliação do Nordeste e a 12ª do país. À frente do estado, na região, ficou Alagoas, com 5,43. Os números não são, entretanto, motivo para comemorar. Segundo os técnicos do Ministério, a avaliação constatou que os usuários do serviço público de saúde ainda enfrentam muita dificuldade para conseguir uma consulta ou um exame. Tanta dificuldade, dizem eles, acabou prejudicando a média nacional do índice.
Fábio Rodrigues Pozzebom/ABrMinistro Alexandre Padilha: avaliação é fundamental para avançosMinistro Alexandre Padilha: avaliação é fundamental para avanços

Criado pelo Ministério da Saúde, o chamado Isdus 2012 avalia os diferentes níveis de atenção (básica, especializada ambulatorial e hospitalar e de urgência e emergência), verificando como está a infraestrutura de saúde para atender as pessoas e se os serviços ofertados têm capacidade de dar as melhores respostas às necessidades de saúde da população. 

O índice é o resultado do cruzamento de 24 indicadores que avaliam se a população está conseguindo ser atendida em uma unidade pública de saúde, além da qualidade do serviço. A ferramenta avalia o acesso e a qualidade dos serviços em municípios, regiões de saúde, Estados e no país. 

Toda a estrutura - hospitais, laboratórios e clínicas - passou pela avaliação. Entre os indicadores analisados estavam a quantidade de exame preventivo de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos, cura de casos de tuberculose e hanseníase, o número de mortes de crianças em unidade de terapia intensiva (UTI) e o de transplantes de órgãos.

Os técnicos levaram em conta o tamanho da população - inclusive com plano de saúde -, a estrutura disponível e a condição econômica de cada município. As cidades foram divididas em seis grupos conforme semelhanças econômicas e de atendimento aos habitantes.

"Na atenção básica, o acesso é mais fácil. Já na atenção especializada [cirurgias, por exemplo], o acesso está mais difícil e por isso jogou a nota mais para baixo", explicou Afonso dos Reis, coordenador-geral de Monitoramento e Avaliação do SUS no ministério. No quesito qualidade, o problema é o atendimento hospitalar que está inferior ao dos postos de saúde, disse Reis.

Na metodologia, 60 cidades com a melhor infraestrutura e indicadores internacionais foram usadas como parâmetro para saber se o município terá bons resultados. Isso inclui aquelas onde 70% dos partos são normais. Assim, se na cidade metade do partos é cesárea, ela não será bem avaliada nesse ponto.Os dados usados foram dos anos de 2007 a 2010, fornecidos pelas secretarias municipais. As informações de 2011 não foram computadas por estarem incompletas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que o índice é uma das estratégias para a avaliação permanente do Sistema Único de Saúde. "O SUS não pode, de forma alguma, temer avaliação. Tem que ser algo visto como fundamental para avançar no sistema de saúde", destacou, durante o lançamento do Idsus.

Nenhum município ou estado tirou a nota mínima (0) ou a máxima (10). A melhor nota foi obtida por Santa Catarina (6,29) e a menor pelo Pará (4,17). O Idsus será calculado a cada três anos. Porém, o ministério pretende fornecer uma avaliação anual às prefeituras e estados, com o objetivo de estimular os gestores locais a cumprir metas acertadas com o governo federal.

Fonte: Tribuna do Norte
[*Com informações da Agência Brasil]

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